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INTERPRETAÇÃO DA NATUREZA

Belezas Cênicas – Os Ambientes da Paisagem

 

Texto e fotos, Alexandre de Almeida (biólogo).

 

Paisagem natural, predominante na região do Litoral Norte baiano - a Restinga, uma categoria de Mata Atlântica - é um ambiente muito atrativo como beleza cênica, pelas cores vivas e pelo brilho das folhas.

 

No caso deste litoral, as cores da restinga se contrastam entre o azul turquesa do céu e o branco das dunas... Diversos tons de vegetação verde, amarelo e vermelho brilhantes, contrastantes com nuvens brancas, nos dias usualmente de clima bom da região.

 

 

 

O constante farfalhar do vento nas folhas dos coqueiros é o plano de fundo para os belos cantos de aves, como o do pássaro-preto, sabiá-da-praia e do sofrê, os quais compõem os sons da paisagem destas dunas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cores e texturas brilhantes, em tons de verde, amarelo e vermelho.

 

 

O brilho das folhas, vem da luz do sol, refletida na cera, que existe na superfície das folhas.

 

O brilho das folhas também reflete a luta pela sobrevivência destas plantas guerreiras. Correntes de vento vindas do oceano, metralham constantemente as folhas com pedra (quartzo) e sal (maresia).

 

Para se protegerem da abrasão eólica, bem como da perda de água pelo calor e vento, plantas da Restinga produzem bastante cera.

 

A intensidade desta luta por sobrevivência, se reflete pela intensidade e cores do brilho das folhas – assim como as árvores-bandeira.

 

As árvores-bandeira são entortadas pela ação abrasiva do vento (corrente de vento, areia e sal) – que destrói ou prejudica os brotinhos das plantas, mais expostos aos ventos. Assim, as árvores e arbustos crescem como que sendo levada pelo vento – gerando arquitetura arqueada típica, com ramos, galhos, troncos e copas arqueadas formando abrigos - tipo cavernas – utilizados por outras plantas e animais.

 

 

 

Árvore bandeira, arqueada pelas rajadas de sal e areia.

 

 

 

Arbusto bandeira, arqueando-se mais à esquerda. O desenvolvimento à direita, ocorre em área protegida pelo arbusto ao lado direito.  

 

A intensidade desta luta por sobrevivência, se reflete como ‘beleza da paisagem’, para os olhos humanos.

 

A restinga, quando vegetação fixadora de dunas é protegida por lei, como Área de Preservação Permanente (APP), porque cumpre importantíssimo papel, fixando a areia das dunas, de maneira que não se movam com os ventos – acarretando soterramento de casas, vilas, da vegetação e corpos de água. As dunas de Mangue Seco, nas proximidades ao norte, são exemplos dos danos que dunas móveis podem causar na comunidade e no ambiente natural.

 

Razões como esta, mostram que o ecoturismo na região deve ser muito cuidadoso, para que não se destruam os atrativos naturais, ou – a galinha dos ovos de ouro do turismo local.

 

Pratique o Ecoturismo Pega Leve!

 

 

 

 

Intensidade luminosa e diversos tons brilhantes de verde.

 

 

Verde amarelado brilhante, ressaltando com branco e azul, numa paisagem de perder vista no horizonte.

 

 

 

Vegetação de praia e duna: ervas e coqueiros centenários.

 

 

 

 

Vegetação de praia e duna: ervas pioneiras, primeiras plantas a conquistar o ambiente, a partir do mar.

 

 

 

Vegetação de praia e duna, ervas pioneiras fixando areia da praia.

 

 

Detalhe da bela erva-xilol, da vegetação de praia.

 

 

 

 

Escrube de restinga: ervas, arbustos e árvores esparsas, com ilhotas de mata baixa.

 

O termo ‘escrube’, entende-se como vegetação de arbustos e árvores esparsas, formando pequenas ilhas de mata baixa. É esta vegetação guerreira, que fixa toneladas de areia, que seriam levadas pelo vento, em direção às encostas e cristas das dunas – onde as plantas que literalmente fixam as dunas, lutam bravamente para sobreviver, sob rajadas de areia e sal, em um solo que não retém água e é pobre em nutrientes e ainda, sob intenso vento, calor e luz.

 

O litoral norte não recebe tantas chuvas como os outros trechos costeiros da Bahia e está secando, com o impacto das mudanças climáticas, trazendo seca e incêndios.

 

A vegetação da restinga precisa sobreviver bem, para fixar as dunas, mantendo-se bela - ao invés de se transformar em uma ameaça real à comunidade e ao meio ambiente natural.

 

Pratique o Ecoturismo Pega Leve – mantenha-se na trilha e não destrua a vegetação da restinga!!!

 

 

 

 

Manacá-mirim (Comolia sp), enche olhos de beleza, enquanto ainda ajuda a fixar as dunas.

 

 

 

 

Mini-leguminosa (Chamaecrista sp), insere o nutriente nitrogênio no solo, além de fixar a areia.

 

 

 

 

As mini-plantas são atrativos de rara beleza, mas são também sensíveis ao pisoteio de trilheiros, o que causa quebra dos ramos e danifica raízes, assim, prejudica o fluxo de nutrientes.

 

 

 

 

Cacto cabeça-de-frade, beleza natural da restinga aberta.

 

 

 

 

Mini sempre-vivas, nas partes úmidas da restinga aberta.

 

 

 

 

Banhado do rio Imbassaí.  

 

 

 

 

 

Floresta de restinga – um exemplo é a mata de brejo, ou palustre.

 

 

 

Floresta de brejo da restinga.

 

 

 

 

 

Banhado, vastas áreas de tiririca e junco, ambiente sensível a caminhadas, susceptível a frequentes incêndios durante a seca.

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